quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Rede Negra da Força

É, né?? Não estou cumprindo o que planejava quando abri este blog. A minha meta cotidiana era publicar pelo menos um texto por semana, diminui para um texto por mês, agora apareço aqui quando me dá na telha e penso, penso, penso... Na verdade, penso que se não tomarmos cuidado a gente pode cair para o lado negro da força. Vamos pensar, pensar, pensar...Não, que saco, acabei de abrir o facebook e ver que Dona Argolina terminou com Seu Tonico, "poxa, coitado do bichinho, vai ficar sozinho". Mas peraí: "O que eu tenho a ver com isso, pelo amor de Deus?" "Deixa eu fazer uso da rede como um jedi, vou para o site da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia ler o último boletim divulgado pela SBNp." "Meu Deus, olha lá a janelinha do facebook aberta, porque eu não fechei a maldita?" Huuuummm, até parece que eu não sei que eu queria ver a mais nova melhor besteira de todos os tempos da última semana, como já diriam os dinos brasileiros do rock.

Não quero soar politicamente correto, até mesmo porque acho que não sou um bom usuário das redes sociais, não uso a internet de forma eficaz para o meu desenvolvimento intelectual, musical, pessoal, profissional e até espiritual. Perco muito tempo enredado - estamos numa rede, né? - num mar de conteúdos interessantes para a vida de "Quelé", mas que não visa em nenhum momento o meu crescimento. É super saudável ver uma bobagenzinha, seja na televisão, na rua, no teatro, no cinema, na internet. O problema é quando não conseguimos sair desta energia propagada pelo Mestre Darth Wader e não filtramos o que pode ser interessante para o nosso equilíbrio mental. Nesse sentido, nos tornamos pessoas razas, com um discurso vazio, se apropriando da posição do outro e não permitindo uma construção que seja pessoal, uma visão crítica do mundo. Não é por nada, não, mas eu anseio muito poder ter a frieza e a coerência de conseguir selecionar o que efetivamente importa para a minha vida atual e abandonar tudo aquilo que não importa, definitivamente, não importa.

A questão toda é esta, para Jung nós temos que entrar em contato com o lado negro da força, porque este também faz parte de nós e é um dos caminhos que fazemos para estruturarmos nossa consciência. Não é a toa que a sombra só aparece havendo luz, Darth Vader é o pai de Luck Skywalker, o Batman é o Cavaleiro das TREVAS. A passagem para o nosso autoconhecimento só pode se dar entrando em contato também com a nossa parte mais sombria. O problema é quando não saimos mais do lado negro da força. A consequencia seria "O Cisne Negro", um bom filme para pensarmos em como pode ser perigoso entrarmos numa dicotomia imortalizada de nós mesmo. Nós somos inteligentes, banais, profundos, vazios, sombra e luz, basta sermos com prudência e equilíbrio esta gororoba humanesca. "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", já diria Caê...