domingo, 7 de outubro de 2012

Passado, Presente e Futuro entrelaçados...


Em tempos de internet, a informação tem sido tão rápida que perdemos o prazer de conversar sobre os conhecimentos acumulados, "saberes" estes que entram por um ouvido e saem pelo outro, sem que possamos fazer nada com eles. Não temos mais tempo de digerir ou processar a informação. Simplesmente, soltamos no twitter, facebook, Orkut, mouse – como já diria o Grande Nillo Sérgio, quando quer dizer que não entende nada de computador, informática, tecnologia e afins – ou qualquer outro meio internético que limita o número de caractere em 120 palavras.

Bom, falo sobre a explosão da rede mais globalizada do planeta e, portanto, uma das mediadoras mais importantes do nosso desenvolvimento intelectual. Será? Bom, o que percebo é a fluidez com que as notícias se perdem através do ganho de novas “ondas”, gigantes e marolas, que desvanecem na rede ao navegarmos, e as perdas significantes da criatividade e da implicação do sujeito com o que é oferecido pela internet.

Não quero que esta ferramenta seja uma forma de julgamento sobre as experiências dos outros, mas um olhar sobre a minha própria experiência, e que me faz perceber outras realidades a partir do meu referencial, entrelaçando presente, passado e futuro. Ou seja, é uma forma de eu me descobrir através da escrita. Algo que eu acredito que perdi nos últimos anos – falo em dez anos – justamente por causa da nossa acelerada vida cotidiana. Temos tudo tão rápido, temos que ter tudo tão rápido, mas, também somos exigidos na mesma proporção com que exigimos. Temos uma sede tremenda de tempo, mas se ganhássemos 26 horas a mais no nosso dia, mesmo assim, não pensaríamos sobre a necessidade de separarmos um espaço para nos descobrirmos.

Vou tentar manter assiduidade e escrever com uma certa frequência, não com o intuito de tornar o meu perfil significante dentro da realidade virtual, mas para fazer-me presente, principalmente, para mim mesmo. Inovar quando for preciso, refletir sobre o que não penso pelas circunstâncias da vida, criticar o que não for condizente com a minha forma de viver e dissonante com os meus valores, mas acima de tudo, tomar consciência de mim. Já diria o mestre Bituca: “Nada a temer senão o correr da luta, nada a fazer senão esquecer o medo. Abrir o peito a força, numa procura. Fugir às armadilhas da mata escura. Longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim. Vou descobrir o que me faz sentir:  EU, CAÇADOR DE MIM”.

Não quero ficar aqui divagando teorias, mas se for necessário compreender a minha banal, nem por isso triste, vida cotidiana a partir dos mais “hypes” autores da “última semana”, farei uso, porque não? Já estão aí pra não me fazer mentir as frases curtas, rápidas e caceteiras, dos Caios Fernandos, das Clarices, dos Drummonds, dos Nitzsches, dos Arnaldos – Jabour e companhia, Veríssimos e dos Compadres Wachingtons, juntos na mesma panela “intelectual”. Assim sigo caminhando na mesma velocidade da informação, mas perscrutando o que está nas entrelinhas do meu cotidiano criativo.

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